Nascido em Dakar, o multiartista senegalês Omar Victor Diop retrata a diversidade das sociedades africanas contemporâneas através das artes visuais.
Diaspora (2014)
Identidade e descoberta – tanto no nível coletivo quanto no pessoal – são temas na vanguarda do Projeto Diáspora de Omar Victor Diop. Uma viagem no tempo, a série fotográfica investiga e expõe narrativas menos faladas sobre o papel dos africanos fora da África.
Com este corpo de trabalho, Diop nos desafia a repensar nossas próprias ideias de história e dá resposta ao seu diálogo interno contínuo sobre quem ele é como artista e pessoa.
Inspirado nas muitas obras barrocas criadas nesta época, ele considera este período como o despertar de uma era intensa (e até então inexistente) de interação entre a África e o resto do mundo. Usando retratos de notáveis africanos na história europeia como inspiração, Diop confronta suas jornadas de vida e legados com os seus, e define ainda mais sua intriga sobre os destinos singulares de viajantes e daqueles em ambientes alienígenas.
Formado pela ESCP Business School, Omar iniciou sua carreira na comunicação e teve destaque na fotografia de moda. Seu primeiro projeto, intitulado “Fashion 2112, O Futuro Da Beleza” foi exibido no Pan African Exposição da Bienal Africana de Fotografia em Bamako.
O editorial reflete sobre os padrões de beleza e a relação entre o ser humano e o planeta.
Estamos no ano de 2112. Os humanos finalmente se tornaram mestres de sua faculdade criativa.
A louca guinada do ogro industrial que o homem há muito alimentou finalmente foi contida, de alguma forma. É preciso dizer que não teve muitas escolhas, este Homem, que se fez vítima da sua própria sucata, lixo que produziu e deitou fora com alegria durante séculos, sem escrúpulos.
A moda 2112 é uma projeção visual do que nossos padrões de beleza e elegância podem se tornar, o dia em que jogar fora será de muito mau gosto.
Plástico, papel, sucata, materiais nobres e elegantes do século XXII!
Surpreendente, certamente, mas possível.
As obras de Omar são inspiradas nas suas heranças visuais africanas e muitas possuem referências a figuras históricas ou personagens célebres do mundo da cultura pop. No projeto “Re-mixing Hollywood” por exemplo, Diop e o co-autor Antoine Tempé reproduziram 20 momentos icônicos de grandes filmes americanos e franceses com modelos que que representam a cena cultural de Dakar e Abidjan, local onde as imagens foram feitas.
O cinema é provavelmente a forma de arte mais universal, pois transcende todas as barreiras, sejam elas geográficas, culturais ou raciais.
Grandes filmes do passado, assim como os mais recentes, apresentam cenas icônicas que influenciaram tremendamente as culturas pop de sociedades muito diferentes. As grandes cidades africanas não ficaram de fora. Um hotel é uma encruzilhada onde coexistem e se fundem culturas e origens de todo o mundo, num ciclo permanente de reinvenções e reinterpretações.
Essa é a essência desse projeto.
A temática do Cinema foi uma forma de criar uma escuta entre os respectivos campos de interesse dos dois artistas; o cinema envolve moda e estética, mas envolve muita performance.
Misturando de cores, texturas e estampas, a moda é parte essencial de seus retratos em estúdio.
ALT+SHIFT+EGO (2013)
Colidindo fantasias e contextos, com a cumplicidade de artistas e rostos inspiradores.
Uma espécie de laboratório onde retratos encenados e fotografia de moda se fundem de forma experimental.
Suas obras fazem parte de prestigiadas coleções públicas e privadas, como o Brooklyn Museum, Fondation Louis Vuitton, The Pigozzi Collection, Agnès b. e a coleção JP Morgan Chase.
Conheça mais sobre o trabalho do artista: omarvictor.com
Foto de capa: Allegoria (2021)
