Pinturas de ilusão de ótica

Por: Marcos Amazonas

Todos conhecemos o ditado de São Tomé: só acredito vendo! Ou seja, ver para crer, certo?  Talvez não. Afinal o que você vê e o que pensa que vê são coisas diferentes. Seus sentidos coletam informações e as envia para o cérebro, mas seu cérebro não recebe simplesmente essa informação – ele cria sua percepção do mundo. Isso significa que às vezes seu cérebro preenche lacunas quando há informações incompletas ou cria uma imagem que nem existe!

Brinca com nossos olhos e nossa mente, nos deixa confusos, afinal você quer acreditar nos seus olhos, mas não pode. Isso se chama ilusão de ótica.

Vários artistas usaram ilusão ótica para criarem pinturas surpreendentes. Confira as pinturas abaixo e observe o nível de imaginação desses pintores:

Oleg Shupliak

Artista ucraniano que dominou a arte da ilusão de ótica. Ele cria trabalhos artísticos em ilusão de ótica, como cabeças de retratos imaginativas chamadas ‘Imagens Ocultas’. Ele usa pintura, fotografia, gráfica, ilustração e animação. Sua colocação de personagens, objetos e uma estratégia de coloração gera pinturas cênicas a óleo criando duas camadas de imagens. A obra abaixo: Van Gogh estava pintando, que é sua obra de arte mais famosa.

A princípio parece ser uma imagem, depois duas, depois a um monte delas, até que demonstre um rosto, uma emoção, um pensamento que simboliza o que se passa em segundo plano, ou mesmo em primeiro plano. Sobre as infinitas camadas que comportam várias conotações e interpretadas, numa série de imagens com duplo sentido capaz de despertar os nossos sentidos.


Robert Gonsalves

 O trabalho de Rob Gonsalves é classificado como Realismo Mágico. Suas pinturas têm uma narrativa autobiográfica e simbólica que convida o espectador a entrar em sua mente, onde realidades alternativas coexistem ao mesmo tempo.

“Acredito que existe uma verdadeira magia na vida. Às vezes, a experiência disso pode depender do ponto de vista da pessoa. Passei a ver o fazer artístico como a busca por aquele ponto de vista em que a magia e a maravilha da vida aparecem não tanto como uma ilusão, mas como uma verdade essencial que muitas vezes fica obscurecida.” Rob Gonçalves


MC Escher

É um dos artistas mais famosos no gênero de ilusão de ótica. Maurits Cornelis Escher é um artista gráfico holandês. Ele usa xilogravuras, mezzo-tinto (técnica de gravura em que se utiliza uma chapa de cobre ou de aço cuja superfície foi previamente granida de modo a reter a tinta, oferecendo um fundo negro, sendo posteriormente alisada de forma seletiva nas áreas que, na imagem, terão tons cinzentos ou brancos, permitindo a apresentação de matizes sem traços de contorno) e litografias juntamente com seus conhecimentos de matemática, arquitetura e geometria e cria imagens com várias perspectivas, geradoras de ilusão de ótica no observador, que são impossivelmente reais. Foi considerado um artista geométrico.


Jos de Mey

É um artista flamengo-belga que é bem conhecido no gênero de arte de ilusão de ótica, com um estilo fotorrealista, com pinturas acrílicas constituindo a maior parte de seu trabalho. Observe atentamente a pintura abaixo, parede é aparentemente paralela ao espectador, enquanto as colunas definitivamente não são. Ele também é conhecido por emprestar personagens de outros artistas como Magritte, MC Escher, ou na imagem abaixo, Bruegel.


Charles Allan Gilbert

Fique perto do desenho em preto e branco e ele parece ser pouco mais do que uma representação de uma cena familiar doméstica: uma mulher sentada em sua penteadeira, olhando para seu reflexo no espelho à sua frente. Afaste-se um pouco e a imagem que se apresenta é a de um crânio abrangente, sorrindo das sombras. Uma vez que as duas imagens sobrepostas são registradas na mente do observador, o olho oscila entre a compreensão de uma e depois da outra, enquanto lutam pela prioridade. Uma invenção do ilustrador Charles Allan Gilbert, o desenho ofereceu aos leitores de revistas americanas, nos anos finais do século 19, uma reviravolta nova e surpreendente na convenção do memento mori*, na história da arte, que normalmente assumia a forma de um crânio inserido em algum lugar em uma pintura para lembrar os espectadores de sua mortalidade.

(*) saudação latina que monges católicos usam no mosteiro que significa “lembre-se que você também vai morrer” como exercício diário de aceitação da morte.


Salvador Dali

Especialista na arte das mensagens ocultas, Dalí constantemente nos engana por meio de suas enigmáticas obras de arte!

Em 1937, o pintor surrealista criou Cisnes Refletindo Elefantes, quando observamos esta obra, sem saber o seu título, reparamos primeiro em cisnes num lago, cujas silhuetas se refletem na água. As árvores mortas com suas formas torturadas também chamam a atenção. Mas, se prestarmos mais atenção, conseguiremos distinguir um homem à esquerda da composição, cujas roupas parecem se misturar com a lateral do penhasco. Acima deste homem, estranhas nuvens flutuam no céu. A pintura que ao primeiro olhar parecia nada mais do que uma simples pintura da natureza em forma de paisagem, agora parece mais misteriosa e enigmática.


Bridget Riley

Pintora britânica da segunda metade do século XX, dedicou a sua prática artística à abstração geométrica e à procura de efeitos ópticos.

A artista pertence à Op Art (arte óptica), movimento artístico que experimenta ilusões de ótica.  Os artistas da Op Art criam obras que dão a impressão de imagens 3D ou estáticas que parecem estar em movimento. Nossos olhos não conseguem entender o que está acontecendo, temos a impressão de que as linhas e as formas geométricas estão de alguma forma em movimento. No entanto, nossa mente sabe o que é real e o que não é e que os elementos em exibição nada mais são do que formas estáticas em um plano bidimensional.


Giuseppe Arcimboldo

Arcimboldo utilizava uma técnica artística chamada de Trompe-l’œil, que consiste em criar ilusões de óptica através da pintura. Foi um pintor maneirista (movimento artístico que trouxe as emoções dos artistas às obras que eles confeccionam) diferente dos outros, de todos os outros artistas, pintava quadros de esculturas humanas feitas com plantas, legumes, verduras, frutas, livros; uma infinidade de objetos para construir figuras humanas.

Primavera é estação das flores, do verde das folhas, é na primavera que acontece o florescimento das flores, por isso vemos pétalas de rosas no rosto e um buquê florido na cabeça

Verão é a estação das frutas, da colheita, por isso o artista utiliza frutas e trigo para compor essa pintura. Podemos ver diversas frutinhas da estação como o dente de alho, o pêssego, amoras, uvas; também tem legumes e verduras e a roupa é feita de trigo.

Outono, artista retrata as frutas da época, como a abóbora, mostra as folhas começando a ficarem secas, além da cor amarelada e alaranjada do pôr do sol de inverno. Arcimboldo também coloca o barril, pois era no outono que começavam a armazenar mantimentos.

Inverno, não há tantos frutos, legumes e nem mesmo flores, por isso o artista retrata galhos na parte de cima da cabeça, alguns arbustos, um tronco de árvore.