Criativa e multi-talentosa, Alice está constantemente à procura de novas maneiras de desenvolver sua arte e mantém seu repertório cheio de referências para quando a inspiração surgir.
Quando conhecemos a animadora e ilustradora londrina Alice Bloomfield, ela era uma estudante que ainda estava aperfeiçoando seu trabalho e tentando encontrar o tipo de projeto que a inspirava. Hoje, ela já é uma artista estabelecida e com milhares de seguidores nas redes sociais, graças à sua estética visualmente rica e cheia de narrativas. Na maioria das vezes, suas ilustrações caminham entre o mistério e a cultura jovem moderna, abusando de figuras sobrenaturais para chamar atenção dos espectadores e fazê-los questionar tudo o que veem. Inspirações inesperadas são parte importante de seu trabalho. “Sou uma grande colecionadora e sempre fiquei intrigada com objetos, especialmente o quanto você pode dizer sobre alguém pelos seus pertences”, diz Alice ao It’s Nice That. “Uso figuras e objetos para construir uma narrativa solta em meu trabalho e dar uma ideia de que tipo de pessoas são meus personagens, enquanto ainda deixo espaço para a interpretação pessoal do espectador.” Muitos dos itens que Alice desenha são
coisas que ela mesma possui, mas ela também está constantemente consumindo livros de design de interiores dos anos 70, copos de coquetel extravagantes e cinzeiros retrô – “qualquer coisa que dê ao meu trabalho um aspecto complexo, mas ao mesmo tempo um pouco ordinario”, diz ela.
À medida que seu trabalho ganha popularidade, Alice mantém um comportamento humilde. Por exemplo, ela não deixa o grande número de seguidores nas redes chegar à sua cabeça, seja por meio de intimidação ou amaciando o ego. “Ter estranhos elogiando seu trabalho na internet é sempre uma grande validação, então, acho isso encorajador”, diz ela. “A única desvantagem é que às vezes é tentador apenas recriar os desenhos que surgiram nas mídias sociais, em vez de experimentar e tentar algo novo.” Felizmente, Alice continua persistindo em se dedicar a novas áreas e ferramentas da ilustração e animação. Seu último trabalho – uma animação para South Florida Sky, um filme feito com Louis Blue Newby e Laila Majid – foi exibido nas telas da Piccadilly Circus, e é completamente distinto do trabalho que ela faz como diretora da Black Dog Films. Ambos são diferentes do trabalho que ela fez para a loja pop-up da Netflix e assim por diante.
Mesmo ainda sendo jovem, tantos projetos em andamento podem te colocar em uma posição intensa e de bastante pressão. “Sou definitivamente uma artista orientada por processos e estou sempre procurando novas técnicas, softwares e formas diferentes onde minha arte possa existir”, explica ela. “Descobrir um novo processo e adaptar meu trabalho para se adequar ao meio me mantém engajado e animado com a arte. Acho que se eu estiver fazendo exatamente a mesma coisa daqui a 10 anos, vou ficar muito entediada.” Comparando a Alice de hoje com a de quatro anos atrás em seu primeiro longa compartilhado no It’s Nice That, podemos ver como todo esse trabalho valeu a pena. O que começou simplesmente como uma série de ilustrações em seu portfólio se tornaram obras de arte adaptáveis a todas as formas de animação e produção cinematográfica.
A adaptabilidade do trabalho de Alice é uma prova de sua vontade de ser diferente. Em uma rápida olhada no Instagram de Alice e você facilmente encontrará suas fontes de inspiração para seus trabalhos – o que ela está fazendo, como ela está fazendo e onde. Não é surpresa que sua próxima animação lançada neste outono seja no prédio da Outernet na Tottenham Court Road, em Londres. “Estou muito animada com isso porque o prédio tem uma sala de telas insanamente enormes de 360 graus, cobrindo todas as paredes e teto”, ela nos diz. “Eu me diverti muito brincando com o espaço e projetando a animação para ser o mais imersiva possível.” Como uma artista que sempre cobriu uma gama tão diversificada de personagens em sua arte, o passo em direção à participação imersiva para todos os espectadores é no mínimo emocionante. “Para este projeto, criei muitas fotos panorâmicas 360 onde as animações fluem de uma cena para outra”, explica ela. “Eu nunca trabalhei em algo assim antes, o que resultou em muitas tentativas e erros, então estou realmente ansiosa para ver como tudo vai sair.”
O Outernet é trabalhoso e ambicioso e, como uma artista sempre envolvida em projetos, é difícil imaginar que ela tem tempo para criar projetos criativos para si mesma. Felizmente, Alice tem trabalhado mais lentamente para abrir espaço para tal coisa. “Estou trabalhando em um curta-metragem, é um projeto que envolve paixão”, diz ela. “Eu nunca trabalhei em um grande projeto de animação que não tenha sido encomendado, então trabalhar sem um prazo ou qualquer envolvimento do cliente foi revigorante.” Ao reservar um tempo para si mesma, Alice se viu de volta à área da experimentação.
Enquanto ela se prepara para mais um ano emocionante e cheio de projetos promissores, esta jovem ilustradora e animadora continua sendo uma força incansável.
Texto: Joey Levenson
Joey é um escritor freelancer de design, artes e cultura baseado em Londres. Ele fez parte da equipe It’s Nice That como assistente editorial em 2021, após se formar no King’s College, em Londres. Anteriormente, Joey trabalhou como escritor para vários veículos de moda e arte, como HERO Magazine, Dazed e Candy Transversal.
Imagem de capa: Copyright © Alice Bloomfield, 2020
Para mais informações: alicebloomfield.co.uk
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